"Criticou uma mulher? Misógino!"
"Como assim apropriação cultural é irrelevante? Racista!"
"Não fica com trans? Transfóbico!"
Com o fenômeno do irracionalismo crescendo, especialmente na internet, observamos que cada vez mais há banalização de termos importantes como racismo, misoginia, homofobia e transfobia. Isso porque os militantes estão sendo "robotizados" para se colocarem como intocáveis só pelo fato de pertencerem a uma minoria oprimida, fazendo que toda e qualquer crítica contra ou discordância de suas posições se tornem "opressão". Colocar a militância numa bolha e utilizar tais termos sem critério algum é um desserviço para a própria militância, uma vez que há perda de credibilidade e fomenta, por exemplo, que reacionários e os mais ignorantes totalizem todas essas lutas como mero "vitimismo".
É uma característica do pós-modernismo que as militâncias abandonem o coletivismo e as manifestações físicas para se voltarem ao idealismo, egocentrismo, narcisismo e um clima de acomodação (leia-se casamento) com o sistema capitalista. Líderes e movimentos como Angela Davis e Panteras Negras, por exemplo, vão (infelizmente) perdendo a relevância para se dar destaque a artistas populares e blogueiros que produzem textos sem base teórica válida, recheados de frases de efeito. Não dá para se esperar algo positivo quando o conhecimento de causa e o científico é substituído pela vivência individual.
É triste observar essas militâncias sendo marionetes do sistema: ele fomenta o individualismo e o irracionalismo e depois faz questão de associar (erroneamente) esse fenômeno com a Esquerda no geral, para enfraquecer qualquer possibilidade de revolução social. Afinal, não é estranho que a maioria dos que ridicularizam os pós-modernos seja de Direita? Isso tanto nos EUA, como no Brasil. Não atoa que os apelidam de "justiceiros sociais" (para ridicularizar um conceito válido dentro da Esquerda, que é a justiça social) e fazem propaganda, de maneira direta ou indireta, do liberalismo. Os chamados militantes pós-modernos não param para refletir sobre isso, servindo como massa de manobra e ainda se rendendo ao "apoio" de grandes empresas, se engajando na luta por representatividade exatamente dentro do sistema que potencializa as opressões - obviamente para poder lucrar com elas. São os legítimos idiotas úteis.
Vivemos o bizarro de negros mais preocupados com apropriação cultural, miscigenação e manter brancos longe do movimento do que com o combate de exclusão social na população negra que ocupa minoria das vagas nas universidades, maioria dos desempregados e de mortes por assassinato e praticamente inexistem nas classes sociais dominantes; feministas que estão mais preocupadas com sororidade e com "omi querendo roubar o protagonismo" do que com o sistema patriarcal (como estrutura); LGBT's que se rendem ao consumismo, se preocupam com quem o coleguinha está namorando e inventam dezenas de "gêneros" novos em teorias esdrúxulas que não trazem nenhum efeito positivo pra sociedade.
Estamos à beira da barbárie com o avanço do reacionarismo de um lado e do irracionalismo do outro, este que, por mais que de certa forma ainda se limite aos ambientes virtuais, precisa urgentemente ser rechaçado - não só por enfraquecer os movimentos, mas também por carregarem um proto-fascismo preocupante em suas teorias e ações.
A frase de Simone nunca fez tanto sentido...
(O opressor não é o omi-branco-hétero-cis, mas sim "O SISTEMA").
#STALINISTE
Não sei quem é o autor ou autora do texto, mas parabéns, foi uma boa reflexão.
ResponderExcluirIsso me lembra que os pós modernos, ou a "new left", foram os responsáveis por eu ter me afastado da esquerda há uns meses, e por sorte encontrei uma filosofia que realmente me identifico, o libertarianismo.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO autor do texto faz parte do problema. E este problema surge justamente da polaridade de ideologias. Eu defendo que toda ideologia é burra, justamente por vender um pacote de ideias e ser pouco flexível ou estimulante em relação ao pensamento critico e ao questionamento. A esquerda é perigosa. O pos modernismo demonstra isso. As suas ideias exageradas e que vão contra a natureza humana demonstra isso. A ingenuidade de achar que pelo capitalismo ter problemas ele deve deixar de existir quando alternativa nenhuma terminou em algo melhor do que genocidio demonstra isso. Eu poderia falar sobre os problemas com a direita aqui, como suas ligações com fanatismo religioso e conservadorismo, ou sobre a intenção de transformar o capitalismo (um sistema ECONOMICO, e o MELHOR que temos ou teremos no futuro proximo) em algo social. O problema do comunismo, e o motivo de sua falha, foi tentar englobar tudo em uma ideia só. Misturou social e economico. O capitalismo é um sistema somente economico, o que significa que ele é adaptavel a vontade do povo, via estado. Os neo liberais malucos acham que o capitalismo deveria ser um modelo socio-economico, e que o mercado deve ser independente. Isso é tão estupido quanto o comunismo, e pelo mesmo motivos.
ResponderExcluirEstes dois opostos são tão proximos que a velha analogia do circulo entra bem aqui. O ponto mais distante do circulo em relação ao ponto de partida é também o mais proximo.
Eu defendo as lutas sociais em seu formato original, quando buscavam igualdade, não o papo estupido de "equidade". Defendo uma sociedade justa que procure manejar o capitalismo para que ele não saia do ambito economico. Meritocracia é sim uma ideia que devemos lutar por. Mas para isso nossa sociedade tem de estar em uma situação onde as pessoas tem uma largada justa.
Enquanto essa infantilidade continua, as forças fundamentalistas religiosas tomam conta de nossa politica. E eu culpo voces todos, que adotam ideologias e lutam por elas sem refletir. Olham para o pior do "outro lado" e se cegam para os problemas no proprio quintal.
Assim como o feminismo se define pelas feministas militantes ( que em grandes numeros atualmente são influenciadas pelo pos modernismo) a esquerda e a direita se definem por seus militantes. E os dois lados cheiram igualmente mal. E ninguem tem o direito de usar a velha falacia do escoces verdadeiro para escapar: A obrigação que temos é de rechassar nossas ideologias e começar a pensar. E quando alguem perguntar, pode até demorar pouco mais que uma palavra para explicar seu posicionamento, mas pelo menos não vai ser algo no qual se possa colocar um rotulo.
O texto e só mais uma tentativa de livrar o marxismo da culpa...
ResponderExcluirno boitempo, tambem esta escrito um texto semelhante.
Exemplo de Purismo: "O PCO chama o PSOL de Direita"...
Ou seja, tudo de ruim = Direita
tudo de bom, Esquerda
Só encontro fanatismo marxista, ou quase no mesmo nivel em outro grupo, o dos islamicos radicais.
Nossa mano, perfeito seu comentário!
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